Entremezes - Teatro das Beiras

Aquando da nossa independência em 1640, com a redefinição das nossas fronteiras, a pesca no rio Minho gerou questiúnculas entre galegos e portugueses. Isso deu tema e conteúdo ao “Entremés Famoso sobre da pesca do Rio Minho”, primeiro texto da literatura dramática galega. Nessa peça, o português era um fidalgote egoísta fanfarrão e arrogante que era combatido com sucesso pelos labregos paroquianos de Tuy. Este nosso “Entremezes” é como uma resposta jocosa, a olhar com ternura e simpatia para os descendentes desses galegos separados de nós pela mesma língua. Fomos separados por fronteiras políticas. Não culturais nem geográficas. Ainda existe em Portugal memória do Couto Misto (Mixto para os galegos). Trata-se de um pequeno enclave, formado por quatro aldeias vizinhas, a norte de Chaves, que durou como república independente durante séculos. No século XX, Portugal e Castela, perdão, Espanha resolveram incorporar aquele território nos respetivos países. A alienação e novo desenho das fronteiras mútuas deram, por exemplo como resultado, a separação de uma casa a meio. Esse facto deu tema e conteúdo a parte do nosso “Entremezes”. Resolvemos seguir por essa via das rimas ora de sete sílabas, ora de oito sílabas e até mesmo de dez. Rimas tratadas com vontade de brincar com a nossa língua e a dos outros, (a peça é falada em cinco) sempre sorrindo e rindo, de vez em quando. Usando bombos, cavaquinhos, dança ingénua e desejo de afadistar a vida, sem esquecer momentos filosofantes sobre a necessidade ou desnecessidade das fronteiras. Esperamos que fique, no final, uma grande simpatia e mais proximidade com os nossos vizinhos, a quem continuamos ligados pela mesma raia, e unidos por memórias e histórias comuns. Que estes Entremezes vos possam ser de bom proveito.

Texto, encenação e cenografia: José Carretas Figurinos: Margarida Wellenkamp Música original: Telmo Marques Desenho de luz: Hâmbar de Sousa Operação de luz e som: Luca Fernandes Confeção de figurinos: Alfaiataria Juvenal e Lucinda Silva Carpintaria: Ivo Cunha Cartaz: Luís Mouro Fotografia de cartaz: Fernando Landeira Direção de produção: Fernando Sena Produção: Celina Gonçalves Interpretação: Fernando Landeira, Hâmbar de Sousa, Sílvia Morais, Susana Gouveia e Tiago Moreira

 

Público: geral 
Entrada: Livre

Data
2019-11-23 21:30
Local
Casa do Povo de S. Facundo - São Facundo e Vale das Mós, 2205
Portugal
 
 

Powered by iCagenda

Neste sítio são utilizados cookies de forma a melhorar o desenpenho e a experiência do utilizador. Ao navegar no nosso sítio estará a concordar com a sua utilização. Para saber mais sobre cookies, consulte a nossa politica de privacidade.