A Funda ção de Abrantes

 

A fundação de Abrantes ter-se-á verificado em meados do século XII e resultou da necessidade de defender os territórios conquistados e de assegurar a vida ativa de Santarém. Para melhor assegurar essa defesa, D. Afonso Henriques doou o seu Castelo e extenso termo à Ordem de S. Tiago de Espada em 1173 e seis anos depois concede-lhe foral (1179).
Desta forma, o perfil de Abrantes é no século XII, inequivocamente militar, condicionando a implantação da estrutura amuralhada e Castelo, num local dificilmente conquistável e usando o leito do rio Tejo como obstáculo natural.

O Tejo era a principal via de comunicação e na margem sul surgiu um importante porto fluvial. Aqui chegavam, por terra, produtos vindos do Alentejo e daqui partiam por via fluvial até Lisboa. No regresso os barcos vinham carregados das mercadorias que por aqui faltavam.
 
Em 1361 tem-se conhecimento do transporte de sal feito através do porto de Abrantes e em 1381, por carta régia, D. Fernando autoriza que os barqueiros de Abrantes possam transportar, rio acima, desde Lisboa sem qualquer embargo sal, ferro, armas entre outros produtos. Em 1393 são divulgadas posturas regulamentares referentes aos canais de pesca do Tejo, que aliás, já haviam merecido medidas protecionistas por parte do nosso primeiro rei. Pelo rio fez-se o abastecimento de feiras e mercados que foram estruturas de encaixe da produção agrícola.

O Tejo assumiu assim em todas as épocas um importante protagonismo e um papel vital na economia da região.

Abrantes deixou também o seu nome gravado na história de Portugal em vários episódios. Em 1385 D. João I, juntamente com D. Nuno Álvares Pereira, esteve aqui com as suas tropas antes de partir para a batalha de Aljubarrota, como conta Camões nos Lusíadas, (Canto nº. 4 / Est. 23) “ ... Joanne forte sai da fresca Abrantes...”
 
A 13 de Junho de 1476 D. Lopo de Almeida, pai do 1º vice-rei da Índia, foi nomeado 1º Conde de Abrantes, iniciando essa linhagem. Em 1518 D. Manuel reformou o 1º foral concedido a Abrantes. Em 1641 Abrantes é intitulada “Notável Vila de Abrantes”, por ter sido, depois de Lisboa, a primeira vila a aclamar o Rei D. João IV.

A 23 de Novembro de 1807 a vila é ocupada pelas tropas francesas, comandadas pelo General Junot a quem Napoleão concedeu o título de Duque de Abrantes. É desta época e fazendo alusão ao papel de relevo que Abrantes teve nesse tempo a famosa frase “Tudo como dantes, Quartel General em Abrantes!” Que terá sido, na altura, uma espécie de senha militar.

A 14 de Junho de 1916, Abrantes é elevada à categoria de Cidade. O Dia da Cidade, 14 de Junho, é feriado municipal, data comemorada com os festejos anuais.


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