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Obras na Ponte

Na sequencia das várias solicitações da Câmara Municipal de Abrantes (CMA), o diretor do centro operacional centro sul da Infraestruturas de Portugal (IP), Alcindo Duarte Cordeiro, esteve presente na reunião da Câmara Municipal, realizada no dia 19 de julho, na qual fez um balanço sobre a obra de requalificação da ponte rodoviária de Abrantes e esclareceu os atrasos verificados, bem como questões relacionadas com a mobilidade de peões.

Alcindo Cordeiro explicou as várias linhas de trabalho e as soluções de execução da obra realizada numa infraestrutura com 156 anos, cuja última intervenção de fundo remonta aos anos 60 do século XX.

O responsável da IP disse ter-se tratado de uma obra muito “especializada” e de especial complexidade, por ter envolvido “trabalhos não muito frequentes em obras de conservação”, para adaptar a estrutura às exigências dos novos tempos. Como inovação, foram instaladas estruturas antissísmicas, com a finalidade de amortecer a transmissão do impacto em caso de abalo. Esclareceu que a obra foi realizada de acordo com as normas e legislação vigente em matéria de segurança.

Segundo Alcindo Cordeiro, os atrasos na obra, que foi prorrogada em 255 dias para além do que estava inicialmente previsto, ficaram a dever-se a “imprevistos” e “constrangimentos” ocorridos no decorrer dos trabalhos, a saber:
Necessidade de refazer a metodologia inicialmente projetada para a execução das 92 micro-estacas para injetar cimento, e os respetivos ensaios, por forma a não colocar em risco a estabilidade dos pilares;
A subida da água do Rio Tejo, particularmente no inverno, atrasou a intervenção realizada a partir das ensecadeiras (barreiras de proteção) criadas para as intervenções nas sapatas dos pilares, tendo mesmo havido necessidade de refazer trabalhos;
A necessidade de remoção do sistema de pré-esforço revelou-se uma “tarefa com algumas dificuldades e em que o rendimento previsto em projeto para a efetivação dessa tarefa não foi atingido” porque os maciços de betão de ancoragem do pré-esforço, existentes por baixo do tabuleiro, tiveram de ser demolidos recorrendo ao corte para serem retirados em peças, sendo que algumas pesavam mais de 1 tonelada;

 
Outro trabalho de particular complexidade foi a decapagem e o tratamento anticorrosivo da estrutura metálica, com recurso a areia siliciosa. Segundo explicou o responsável, para defesa do ambiente nas imediações do local da obra e da própria segurança dos trabalhadores foi necessário “revestir” a estrutura da ponte para retirar cerca de 400 toneladas de areia e de restos de tinta para tratamento final de resíduos.

Já relativamente aos passeios e à colocação de baias de segurança, Alcindo Cordeiro justificou a opção da intervenção para “proteger os peões mas também os condutores, em caso de despiste”. Referiu estar garantida a circulação de pessoas com mobilidade reduzida, no recurso ao passeio do lado nascente.

Questionado pelos eleitos de todos os quadrantes sobre a opção da colocação dos candeeiros apenas no passeio do lado poente, comprometendo a largura do mesmo, Alcindo Cordeiro explicou que “A situação foi avaliada na fase de projeto” mas que a implementação de passeios com larguras superiores numa zona “de espessura muito fina da ponte” implicaria alterações estruturais nas ligações de lajes e na estrutura metálica.

Na sequencia de uma reunião entre técnicos da CMA e da IP realizada recentemente no local da obra, a pedido da CMA, para analisar os problemas dos acessos ao tabuleiro, quer pedonais quer para pessoas com mobilidade reduzida, as duas entidades informaram ter ficado decidido que a IP irá efetuar algumas correções nos passeios da ponte, construir rampa e proceder à reparação da calçadinha dos passeios, enquanto a CMA colaborará na melhoria dos acessos e na recolocação dos postes de iluminação pública existentes nos passeios do encontro da margem esquerda (Rossio ao Sul do Tejo), de modo a que a largura dos passeios seja totalmente aproveitada.

Na oportunidade, a Presidente da Câmara Municipal de Abrantes apelou junto da IP para a necessidade de requalificar paisagisticamente os taludes nas margens norte e sul da ponte e deixou a sugestão para a criação de uma bolsa de estacionamento na margem sul (Rossio), no local que tem sido ocupado pelo estaleiro da obra, “estando a Câmara disponível para contribuir para essa solução”, salientou.

Maria do Céu Albuquerque chamou ainda a atenção para a necessidade de se encontrar uma solução definitiva para a ligação entre a Rotunda do Olival, em Alferrarede e as Barreiras do Tejo (EN2), nomeadamente para a estabilização dos taludes na encosta do Castelo mas também para a necessidade de criação de, pelo menos, uma via pedonal.


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