Reorganização do cuidados primários de saúde

O Concelho de Abrantes inverteu o défice de cobertura de médicos de família, apresentando atualmente uma taxa de 8% de utentes sem acesso a esses profissionais, em contraponto aos 43% de utentes sem médico de família verificados no ano de 2013.

Para esta nova realidade, foi decisivo o contínuo (desde 2013) investimento da Câmara de Abrantes (CMA), na ordem dos 2 Milhões de Euros (com comparticipação de fundos comunitários na ordem do 1ME e 300 mil euros), permitindo criar condições para que um maior número de cidadãos do concelho pudesse ter acesso a cuidados primários de saúde.

Não sendo até agora uma competência das Câmaras (é da administração central), Abrantes assumiu, politicamente, um conjunto de obras, incentivos e equipamentos na área da saúde, destacando-se a construção das Unidades de Saúde Familiar (USF) de Abrantes e do Rossio, as obras de melhoramento na extensão de saúde do Carvalhal, o incentivo financeiro à fixação de médicos de família, a aquisição de veículos para apoio aos cuidados de enfermagem domiciliário e as obras de adaptação do 1º andar da antiga Casa de Saúde, para acolhimento da Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC).

Este trabalho resulta de uma eficaz articulação entre a Câmara, o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo e a administração regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, com a envolvência das Juntas de Freguesia.

Estes resultados foram anunciados no dia 05 de fevereiro, na USF do Rossio ao Sul do Tejo – USF Beira Tejo, durante a apresentação da reorganização dos cuidados primários de saúde no concelho, pela CMA e pelo ACES do Médio Tejo.

Com a entrada em funcionamento das novas instalações em Rossio ao Sul do Tejo, foi apresentada uma candidatura para a constituição formal da Unidade Saúde Familiar, que aguarda a aprovação da ARS LVT. Quando estiver a funcionar na plenitude, a atual equipa de profissionais (médicos, enfermeiros e secretários clínicos) será reforçada e terá condições para prestar cuidados de saúde, com acesso a médico e enfermagem, às freguesias do sul do concelho, ficando em funcionamento a sede no Rossio e os polos de Tramagal e de Bemposta. Os polos de Alvega e do Pego mantêm-se em funcionamento. Nos casos onde não exista médico de família, a Câmara anunciou um reforço do serviço de transporte a pedido para que os utentes se possam deslocar à USF do Rossio.

 
 Entretanto, estão criadas as condições para estabilizar a ação da Unidade de Cuidados na Comunidade, que está em fase de instalação no 1º andar da antiga Casa de Saúde. A UCC é uma unidade integrada na rede de cuidados continuados que é constituída por uma equipa de enfermeiros (7) e outros técnicos que irão prestar cuidados de saúde e apoio psicológico e social de âmbito domiciliário e comunitário especialmente às pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis, em situação de maior risco ou dependência física e funcional ou doença que requeira acompanhamento próximo e que atuará também na educação para a saúde e na integração em redes de apoio à família.

Para o norte do concelho, a par das respostas já existentes, a CMA e o ACES Médio Tejo comprometem-se a trabalhar para criar condições para a construção de uma Unidade de Saúde Familiar e de uma UCC, reforçando também o transporte a pedido em alguns locais de modo a melhorar a acessibilidade. Sofia Theriaga, diretora executiva do ACES Médio Tejo, explicou que o objetivo é abranger e trabalhar em articulação "com os polos de Mouriscas, Carvalhal e Rio de Moinhos”.

“Servir melhor as pessoas foi o princípio basilar do investimento municipal na área da saúde”, salientou Maria do Céu Albuquerque. “Não é o modelo perfeito e há muito ainda a melhorar ”, rematou a Presidente da Câmara, explicando que, entre nada fazer para contrariar o fenómeno da falta de médicos de família e equipas de enfermagem, a Câmara de Abrantes, mesmo não sendo da sua competência, tomou a decisão de “fazer parte da solução”, optando por fazer um investimento com duplo objetivo: oferecer condições de trabalho aos profissionais, atraindo-os ou mantendo-os no Concelho e, “para servir melhor os utentes”.


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